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Rapper Pirata: um fenômeno do cenário cultura e político de São Paulo



André Luiz dos Santos, o rapper Pirata é um dos mcs paulistano mais consagrado da atualidade, em razão da valorização de sua arte independente, algo que vai muito além das suas rimas, ocupando importantes espaços no cenário cultural e político de São Paulo. Formado em jornalismo e atualmente estudante do curso de Direito, Pirata reservou uma tarde deste início do mês de junho para dividir conosco parte de sua história no hip hop, militância política e sonho de uma vida melhor para as pessoas que vivem em territórios periféricos no estado de São Paulo. Aos 17 anos, vivendo na região conhecida como Cracolândia, ele iniciou sua carreia no hip hop, um instrumento importante para gerar informação e conhecimento do contexto social em que vivia.

“Eu cresci na Cracolândia, que fica ali na Rua do Triunfo. Quando tinha 17 anos, naquela região do Campos Elíseos, me aproximei ao hip hop. Foi aí que eu comecei a compreender a sociedade em que eu estava. Comecei a escrever e, de lá em diante, comei a estudar mais sério, compreender mais as coisas, mas nada tão preso também como que a sociedade quer. Me formei em jornalismo e hoje estudo Direito. No hip-hop, passei a me compreender como indivíduo social. Qual a situação em que eu estava vivendo? Tentei descobrir o que era pobreza e também comecei a fazer música e não parei até hoje. Tudo o que eu faço sempre tem um lema: faço porque quero ter o microfone na mão”.

Questionado sobre a força que o hip hop tem para transformar vidas nas periferias, denunciando inclusive a pobreza, a violência, o racismo, a guerra às drogas, a falta de saneamento e de educação, Pirata fez suas críticas e apontou desafios a serem superados.

“[...] com o hip hop começamos a fazer críticas. A gente ascendeu e a sociedade como um todo passou a observar isso. Muitas pessoas beberam dessa fonte, outras abriram mão porque o sistema é perverso. Você tem uma determinada ascensão e quando você conquista esse espaço, você se exclui daquele lugar em que você estava. Infelizmente, não conseguimos voltar essa estrutura de conhecimento para as periferias, para os mais pobres e isso tem que mudar politicamente. [...] Precisamos voltar as bases porque tem muita gente presa, tem muita gente morando nas ruas, tem muita gente sem dinheiro. E as letras do hip hop falam sobre isso. O Brasil precisa se encampar muito mais nesse sentido”.


A Central de Notícias da Rádio DALILA é uma iniciativa do Projeto Itamar Assunção e o bairro da Penha”. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.


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